Agora que o mundo beira
a se eclodir pelas laterais
devido à camada escassa de ozônio.
Agora que estamos no final do século,
que os homens querem, à moda dos loucos,
destruir, num passe de ganância,
a humanidade inteira.
Agora que os humanos se autoflagelam
além do corpo, o espírito,
descobri que na vida,
depois que os homens saíram da caverna,
depois que os homens descobriram o fogo,
depois que os homens inventaram a escrita,
depois da revolução industrial,
agora, na era pós-moderna
no auge da globalização,
o amor raramente tem vez.
os sentimentos desandam-se sufocados
por mares mortos-vivos
sob beligerantes ares poluídos
escapando em ares comprimidos
fenecem de inanição ao revés,
já que por terra
o caminho está obstruído
por interminável e beócia guerra
de poderes sem sentido,
que dissolve a força, o estado e o planeta,
que dissipa e joga a vida
no abismo, por ribanceiras,
visto que há um desequilíbrio sem eira nem beira.
Com subterfúgio de armas biológicas
processam-se a limpeza étnica,
dizimam-se os parcos homens de fé,
ignoram-se os Tratados e a lógica,
que dirá a Bíblia e a poética?
20/08/1991
Curitiba
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