Às vezes a semente que cai
sem que se veja as flores
sem que se deguste dos frutos
aflora em robusta árvore
por entre as pedras dos canteiros
em meio a milhões de pomares
e desabrochará em mil sementes outras
e mais plantas
e mais árvores
com botões em cachos
por sobre as casas e os jardins
alimentarão os olhos dos homens
e pairarão no ego das mulheres.

Talvez todo resplendor dessa árvore formosa
transformada em rosas
neste magnífico e massacrado planeta
seja eternizado em singular prosa
por algum imortal poeta.


25/12/92

Curitiba