Severamente não é bem a palavra a qual exprimo o sentido de tua violência autónoma
ÉS violenta!
Sim sem gracejos leio-a ti, sem rodeios carregas admiração, gerando atenção na tua minuciosa conversação polida de um diamante abrupto de eloquência e paixão louca do conhecer;
ÉS violenta!
Simbiótica transgressora da natureza pensante que habita em ti, amordaças e sentes prazer ritmado do querer mergulhar no turbilhão e perdesse num testemunho de uma aurora boreal difusa
ÉS violenta!
Quando olhas com sede e fome e mesmo assim não comes nem bebes diante a vontade de uma prazer masoquista que não invade te por já fazer parte de ti és livre e contida dentro do bálsamo de teu ser
ÉS violenta!
E singularmente dócil numa sensibilidade a flor da pele contraída de uma prisão sem muros codificada na Íris singela e arisca onde teu olhar torna-se observação para mortais e imortais
ÉS violenta!
Ardes, tresandas fogo de fénix a qual mortifica a carne, para o espirito evoluir não quase sempre sarcástico adornas costuras com arte e perícia milenar a diplomacia nativa do expressar num sorriso
ÉS violenta!
Na tua astucia sabes bem mais que esse franciscano, audaz inconstante que vagueia junto as metáforas íntimas que tecem tua fragilidade feros e constante num pranto quase incessante de pureza e ternura
ÉS violenta!
E tão pouco importa notas, opinião; tua vivacidade tudo toca sem pressa e uma leve pitada; apreensão sangras e lutas contra o desespero de uma falta de comunicação agrides com fúria perdendo razão
ÉS violenta!
Tão irónico e sarcástico é a situação qual encontro me, agradabilíssimo é o estado de tua violência que rendo me de livre e espontânea pressão na tua mansidão bacante e sereníssima lusitana
ÉS violenta!
Criança madura, precoce mulher, em teu seio encontro leito, nu sem armaduras desconheço teu reino e deito me nas sendas selvagens gozando a dadiva em saborear tua violência distinta
ÉS violenta!
Assim conheci te no acto do acaso, sobre a pressão de uma bexiga e os devaneios de um louco idealista; em agressão ortográfica perante tua ira seráfica e apaziguadora humana que és.

 
ÉS violenta! Ainda assim existe ânsia de arranhar me na tua garganta violenta e sedenta.