corre menino , corre!


Corre corre menino

Faz igual gente grande

Paga conta

paga conta

depois trago mais

não sou gravador

adianta decorar?

censuras meus passos

nunca meu pensar

Minhas asas não são de cera

Meu sorriso canto em tudo

nessa crise ceifeira

danço para esquivar

bateu o trovão

no chão bateu

oxalá, pai meu!

sou filho de iemanja

guerreiro do céu e do mar

quem correu, correu;

Correu para ficar

Não gostas de lutas

vacila ao andar

batalhas todos dias

tens que orientar

o óculos da cara

ta tudo a embaçar

dignidade que ti guia

não deves desperdiçar

convives na ironia

ri-te para o azar

tua vergonha não é a minha

deixe-se de julgar

nessa escola

é um canudo bem sei,

ainda serve para apontar

faço a minha arte em qualquer chão

palavras turvas que não pedem refrão

a espera de alguém anunciar

do lado A ao B do lado B ao A

biodiversidade a acabar

sabemos conviver?

querer

querer de mais

querer de menos

queremos sempre

um pouco mais de veneno,

nesse mundo pequeno

D. quixotes não lutam

contra moinhos de vento

não corre mas

isso é café pequeno

tua vivacidade

interfere com o tempo

temos necessidade

explorar o que não vemos

destruir onde não pertencemos

respeitaremos o que não temos?

Raciocinai raciocinemos.

Somos também de uma espécie

Ainda não sabes?

Perecemos.