Chamam-lhe de louca
Apesar de todo o teu tormento
E a despeito de tua voz rouca
Que carrega incoerência em cada momento
No âmago de teu pobre desespero
Continuam a lhe chamar de louca!
Chamam-lhe de louca
Mesmo quando notam a tua origem
E como numa premissa menor
Enxergam no presente o teu passado
Que é o que tens de pior
Revelando-lhes pavor e causando-lhes vertigem
Chamam-lhe de louca
Pois confundes amor com uma tal fixação
Sendo obrigada a pagar antecipado
Num ato desmedido e num cuidado desgraçado
Por todo o amor sem cuidado que ficou cego
E por todo o zelo sem paixão que virou carvão
Abra os olhos de todos eles para a alegoria
Transvestida de uma falsa alegria que fora a tua vida
Recorte as cicatrizes de suas retinas
Recorte-as de suas memórias
Até cair no acostamento, sem destino
Até cair no esquecimento
Len
Ta
Men
Te
© Todos os direitos reservados