Hoje o ar puro e fragrante trouxe notícias suas
O chão ainda que ferido
Reveste o verde em seus pés
Pedacinhos de vidro jogados do nada desenham um rosto
Feito mãe desprotegida
Uma parte chora, a outra despreza
Recolher os restos,sair ao encontro da riqueza
Aceitar a juventude que um dia te empobreceu
Semear a tua verdade
Folhear a tua história encobrindo erros
Ele assim veio - do nada - do nada se foi
O desejo de não ter vontade de ter desejo
Encontrar na manhã que desponta
O inverso do verso, a escrita perdida
Frívola nudez onde naufraga teu pecado
O desalento da culpa
O tamanho da dor à espera do perdão
Definhar o corpo, elevar a alma
Desapego em trajes de um Rei
Recriar do pouco que se tem
A distância entre o hoje e o eterno.
Roberto D'ara
© Todos os direitos reservados
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