Temo que meu canto
Não seja mais ouvido
E no silencio de qualquer canto
Ele morra esquecido

Temo que minha presença
Não seja mais querida
E na desesperança
Eu caia sem vida

Temo que meu alento
Único e derradeiro
Me leve ao vento
Perdido e sem paradeiro

Temo que este medo
Me consuma por inteiro
E a velhice sem segredo
Mate-me primeiro

O medo que trago e acredito que até alguns poetas, de que suas poesias se percam no tempo materializado, e morram sem cumprir o papel da poesia, que é trazer luz e amor.
Temo sim, que essa luz, esse amor que são a própria poesia se apague, dissolva-se sem sequer existir.
Por isso eu grito : VIDA A POESIA ! VIDA PARA A POESIA !

Fortaleza

Varley
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