E a vida segue sempre...
Entre os meios já morfos, os mortos descontentes
A vida segue e continua
Envolta nas tempestades ou nos dias quentes
Cada um tem o seu destino
e a vida segue por entre meus lábios
Tudo que fomos já não nos pertence
Assim como o que seremos ainda é mistério!
Tenho as manhãs em que ainda acordo
Não tenho os dias em que me vejo quente
Nada me pertence
Só os segundos que me restam...
O correr do tempo passa em minhas veias
Só preciso de um pouco mais de paciência
Para que amudereça em mim a fruta plena
Se a porta que quero está entre aberta
Nada impede que eu vença
Porque a vida segue, ás vezes devagar, mas
Eu sigo junto ao seu tempo
Não sei se ando devagar
Ás vezes sinto lentamente
Não sei se sinto sem estar
Ás vezes sinto descontente
Não sei se sinto sem pensar
Ás vezes sinto comumente
Acho que estou só a vagar
Pelos mistérios de ser gente
Os olhos feitos voam por onde não quero estar
Os outros sinto , de repente!
Não sei se procuro o quero achar
Não sei se é meu o que está em mente
Não sei se sigo ou se morro
Descrente sou do que fizemos
Não sei se sou eu o que sou para o outro
Não sei se minto ou se me invento
Nunca serei o que me disseram
Nem para onde estou
Não sei se estou velho
Não sei se trasmuto-me em compensações
Não sei se luto ou me enluto sem ser gente
Não sei de fato qual a intenção
De romper ou seguir em frente
Não sei se te esqueço ou
Dou-te atenção?
Solitário sou por minhas próprias penas
Como a chama acesa do meu passado
Não sei se ainda sou o que fui antes...
Da vida que se apresenta em intervalos
Se ando no rumo do meu próprio passo
E não sei se fico ou se procuro um rastro
Quero a coisa não dita , não adulterada
Quero a coisa vivida, a boca amarga
Quero a chama acesa que não se apaga
Quero a verdade crua, não alienada
Não nada mais quero , sei sem estar
Nada mais levo ou velo, deixo passar
porque a vida segue própria em seu limiar
eu vivo nessa história momentos de amar!!!!!!!!!!
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