Parabéns Copacabana !

 
Copacabana sem danos. Menina-vovó. Vila de tantas vidas, vívidas ou sofridas, porém todas vividas.
Vidas lívidas, dádivas divinas sem sombra de dúvidas.
 
Copacabana sem planos, erótica e exótica, elitista e popular, onde o etéreo e o telúrico assumem o histórico e o futurista, o nativo e o turista nesta Calcutá surrealista.
 
Copacabana desencantos, de tantos enganos e encantos, por todos os cantos, onde a ode dos cantos, ao longo dos anos, se fazem lhanos, profanos e mundanos.
 
Copacabana me engana. Cem anos de fama, onde o puro e a lama se unem na chama do amor que clama, reclama, conclama e aclama: Copacabana me ama!
 
Copacabana cartão postal do mundo, vitrine do país, onde tudo acontece e se enaltece, onde ninguém esquece e sempre aparece, uma poesia ou uma prece.
 
Copa, cabana, copa bacana, copa banana, copa da cama, copa dá cana, copa dá fama, copa te ama.
 
Copacabana princesinha do mar, onde o poeta vive a te adorar, a música a te cantar, o filólogo a te aliterar, a língua a te criar, e o carioca a te amar.
 
Copacabana folia, dança teus pierrôs, colombinas e arlequins.
Paixões incandescentes e amores platônicos, entoados por cravos, cítaras e tamborins.
 
Copacabana bucólica e histórica.
Neste palco onde cai o pano, o show da vida se renova ano a ano.
A vida retoma a forma retórica.
 
Copacabana uma ode de amor. Copacabana cem anos.
 
 
                                                                                                                                    (1992)

Alvaro Capistrano
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