Por onde andei
Também não sei
Só sei que onde estive
Marcas não ficaram

Tentei reaver na memória
Mas as lembranças não vieram
Me perguntei...
Não ouvi resposta

Então virei-me para trás
Para sentir alguma saudade...
Me veio o vazio

Nesse momento vi minha vida
Toda ela em sonho
E nada encontrei
A não ser, meu próprio rosto
Num espelho

Mas nem meu rosto
Reconheço mais
Nem consigo ver
Pelo espelho minha alma

O cansaço me tomou por inteira
Sinto agora que meu caminho é duvidoso
É escuro, é infinito

Como um sopro de fúria, e de solidão
O destino me mostrou
Que nada devo ser
Porque nada posso ser

Carregando com zelo essa verdade
Tentei olhar pra dentro de mim
Nada encontrei

Sem para onde fujir
Nem perdida, nem decidida
Sem esperança, sem sombra

E novamente um sopro
Passou em meu coração...

Por fim meu espírito gritou
e se esvaiu...
 

Paloma Andrade
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