AUSÊNCIA

 
Às vezes somes
Queria entender
Sem motivos
Ciumento
 
Tremo
Irrito
Coço
Fervo
Quebro
Mas tudo em vão
 
Trancado...
Vejo paredes rachadas
Com meu soco
Às vezes belicoso
Nem me reconheço
 
Toda vez que tu desapareces
Escrevo o mesmo poema
Mesmo assunto
Mesmo tema
 
Não tem jeito
Assim é o pisciano
Ama
Entrega-se
Suicida
Insano
 
Calado
Algemado
Assim permaneço
Pereço
Preciso somente de calma
 
Quando anoiteço
Não consigo fechar os olhos
Luz do meu quarto não se apaga
A lua não me consola
 
Ligo a televisão ouço sua voz
Ligo o rádio vejo sua imagem
Notável desvario
 
Peço então à Afrodite
Deusa,
Ilumina-me
 
Caso ela não apareça
Dopa-me
Para que eu sonhe
Ou rio
 
Que me conforme com a companhia
Sua presença
A ausência

NOVA FRIBURGO - RJ