O Tal Ser, Poeta...


 
Engolir ondas
E suspirar trovões
Repelir credos e negar-se (in) crédulo
Doutrinando versos e rimando injúrias
 
Por amor ou por infortúnio
Aturar confusões e se espetar com as sobras disso tudo
Conclusões e sabores (in) variáveis da carne
 
Logo a alma,
Que já ofuscada por intermédio dos cultos
Embebedasse com trechos e vozes perturbadas
 
Por amor ou infortúnio
Torna a sua (des) graça
Em seqüências (in) voluntárias ás palavras
Que parecem lhe escapar entre a boca, os dedos e os pensamentos
Causando agonia reflexiva
E embelezando egos habituais
 
Brincando com falos e mastigando dejetos
Encontrando soluções e metendo-se em labirintos
Tudo em busca de explicações ou tumultos para outrem
Saberem o que é, ou esquecerem-se do que (não) são
 
Na corrida do seu fluxo sanguíneo
Geralmente se desata e se prende em teias mirabolantes
Por (des) prazer ou por (des) gosto
Livrando-se até de ser um mero ser humano
Mas caindo rodopiando em (in) satisfações por lembrar a todos desta simples façanha
 
O ser, não sendo o tal
Adorando o qual e rejeitando os anais de sua geração
Aparentemente vazia e ocasional
Mas salvando-se entre todos e excedendo-se entre os tolos como simples marginal.
 
CA-K:
09/09/2008
 

O tal de ser poeta, a mim parece assim, tão brilhante e tão fedorento.

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