Nasceu no céu e se perdeu no mar
infinito e negro como a noite escura,
igual que a gota seminal, madura,
que célere afunda, na hora de amar.
Destino cruel da gota que submerge,
apocalíptico acaso, lágrima sem sorte,
fadada ao desencanto lúgubre da morte,
que sendo o nada, raramente emerge.
Mais a gota misturada, ainda é ela,
seja no mar ou no âmago profundo,
onde cedo ou tarde encontrará no mundo
força suprema, derradeiro anseio,
de ser gota d´água ou seminal, no seio
da essencial pureza na distante estrela.
São José dos Campos, abril de 2000
Héctor Enrique Giana
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