Carta de Amor
A noite desencantada seguia,
A lua argêntea se espargia,
A dama lânguida escrevia,
A sombra no rosto crescia,
A monotonia da pena se ouvia,
A letra emocionada tingia
De carinho a folha vazia.
A saudade no papel fluía,
E a palavra o sonho perseguia.
A lágrima não desistia,
Lenta, corroendo, caía.
O desejo do encontro doía.
A mão relutante pressentia,
E a energia já desfalecia,
E a caneta sobre a dor morria.
Mardilê Friedrich Fabre
Mardilê Friedrich Fabre
© Todos os direitos reservados
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