27/04/07 21:40
Um bom vinho aquece meu corpo, mas não consegue amenizar a dor que se alojou em meu coração; eu olho para o lado e todas as placas disponíveis não indicam para lugar nenhum e mais perdida do que antes paro para descansar ou inventar motivos à derrota que insiste em me domar.
Mais uma vez você ligou, mas pouco soube me convencer de sua mentiras, de seu louco amor...da dor que minha ausência lhe trouxe, do frio que te abraça e meu calor já não te aquece. Suas palavras, todas elas não foram capazes de me levar de volta até você, de mover meu corpo doce e louco ao seu encontro, como nas manhãs em que te acordava com um toque suave e preciso.
A solidão me confunde, fecho meus olhos e me sinto entre você, mas nem o prazer que me fez sentir não me arrasta até você, nem seu quente beijo, seu toque ardente, nada me leva até seu corpo...O vento sopra e junto dele o medo de você surgir novamente; num ritual sagrado te mando embora de vez de minha vida. Olho-me no espelho e voltas perfeitas me embalam, vejo um corpo em chamas...
Visto uma roupa perfeita, umedeço meus lábios, tranco a porta. A rua está vázia, mas não preciso de platéia; com passos sublimes - que onde me levam não sei - acendo um cigarro e me sinto menos solitária. Do alto a lua me admira em silêncio e sem seu fantasma ando livre, pois não precisarei mais me esconder debaixo da cama, nem morrer de paixão trancada dentro de uma caixa perdida numa gaveta entre folhas encharcadas de perfume barato e falsas palavras...
Sou livre novamente para amar, para sonhar com o amor, para sofrer tudo novamente, mas sou livre...
Eu sempre serei livre de mim!
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