Uma andorinha no chão.
Viva mas olhos vazados
De quem não pode voar
Quer e não consegue
Tem asas e não consegue
Ela ama, adora, voar
Mas conheceu um poeta
Ele a fez voar mais longe
Menos livre, mais acompanhada
E de repente se vê sem o poeta
Ela sabe voar!
só está desamparada.
E repare que a pequena
Está parada no chão
Não no galho de uma árvore,
Nem nos fios que cortam a cidade
Nem em nenhum lugar
Que permita o horizonte olhar
Que a faça desejar voar
No chão aprisionada
Engaiolada em si mesma.
Já não sabe o que pensar,
Ela sempre voou bem sozinha,
Teve encontros e desencontros.
Asas fechadas, coração desatento
Ignora quem se aproxima,
Nada ao seu redor a transforma.
Seu pensamento está no poeta
Ela sabia voar, e sozinha
Atraia olhares e desejos
De liberdade.
Hoje no chão desaprende
Também a cantar.
Pobrezinha
Ela sente saudade
Ela perde a esperança
Pobre andorinha
ela vira mulher...
ó doce criança,
o céu te pede
Esquece o poeta
O céu te clama
Volta a sonhar,
a cantar, a voar,
o céu te suplica
seja de novo andorinha
não aprenda a chorar
o céu te convida
andorinha
permita suas asas abrir
o céu te espera,
o chão não é seu lugar,
respira fundo e pode partir.
voar, voar e voar...
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