Brado por Piedade

Ainda me lembro bem, das cartas que escrevi e das canções que cantei,
o vento que enquanto levava as minhas palavras secava minhas lágrimas,
me fazia acreditar em um futuro sem lástimas, e eu acreditei.

Ao sentimento que se fez vivo em mim, confiei minha vida,
compaixão, eis que houve fim, se fez extinta a paixão à mim concedida,
há um passado que me persegue; faz-me perder a calma,
me castiga em frases alegres, ditas pelo ceifador de minh´alma.

Um sentimento puro que agoniza dentro de mim,
à cada segundo grita; clama pelo fim,
sua grandeza escorre pelos meus olhos,
reflete o que sou; me torna óbvio,
faz transparecer o meu eu,
me impede de esconder o que aconteceu.

O sal das lágrimas escorre nas feridas,
salve-me de algum jeito,
pois agora nada posso querida,
faça o que tem de ser feito.

Guilherme Pedroso Oshiro
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