Som pela fresta
antes do choro
É maleável
o pasto do corpo
a emoção de criar
amor e serragem
Varro a areia das botas 
e evito lembrar de detalhes.

Sambam marionetes
na grama
quase camaleão
embora a mesma retina
venha colar-se 
ao mesmo vidro
embaçado
o som pela fresta 
pinga.

Andares de tormenta
sob a calha
enquanto o fio do olho
mira queima
redescobrindo o mal
a sequência.

Farsa
relativo farsante
com capa de sol
visionário irreal.

O recurso de sentar-se
na grama areia vidro
degolar as noites
as chuvas
inventar camaleões
tornar-se camaleão.

Existe o fio
no meio do entulho
interpretando solidões
viagens
tantos relógios 
perguntam tanto.

O fio não explica.

Geovani Bohi Goulart
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