Quando Os Sinos Dobram

Minhas mãos tremulas
Já não conseguem mais
Acompanhar minha mente
E a dor de meus ais
As palavras saem de repente
Rápido, da dor desse coração carente
As lagrimas que rolam agora
São tão diferentes de outrora
Mas sentidas, mais doloridas...
Ao longe os sinos dobram
A me lembrar das horas
Desse tempo que passa ...
E eu ... sem tê-la ...
E eu ... sem nada poder fazer
Para traze-la para perto de mim
Recorro a fotos, escrevo poesia
Na esperança de ter um pouco de alegria
Mas ela está? Longe...onde?
Não sei ... nada sei dela ...
Novamente os sinos vêm
A lembrar olhos do que não vêem
Desse chorar sentido
Sem ela estar comigo
Contando as horas
Oras, que horas?
Que horas são agora
Oração, que importa
Se nada mais me importa
Mais do que tê-la
Ah, os sinos...
Queria eu pará-los
Ou acelerá-los...
Depende...de quando eu fosse vê-la ...
Mas agora, nessa madrugada fria
De mais um dia que termina
Termino mais essa poesia
Sem saber dela
Chorando sozinho no quarto vazio
Meu travesseiro, único companheiro
A me afagar ... para tentar fazer
As lágrimas pararem de rolar
E de ir dormir tristonho
Me deliciar em sonho
Onde a possa encontrar
Vê-la, tocá-la ...
Onde ela possa estar comigo
E fazer dela meu abrigo
Tê-la em meus braços
Com todos os abraços
Que prometemos
Ah sinos, não me acordem
Não, não se dobrem (não façam barulho)
Me deixem aqui ...
Dormindo, sonhando com ela
Assim, linda, pintada de aquarela...
Pois em sonho, perto dela posso chegar
Dar-lhe todo meu carinho
E sussurrar-lhe ao pé d’ouvido
Bem baixinho...
Pra sempre vou te amar...
Sinos, me deixem com ela...
Me deixem em paz....
Pois só ela é quem faz...
Meu sorriso brotar
E meu coração
Parar de chorar.

Fabrízio Stella
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