Minutos finais de José

Minutos finais de José
 
Quando José chegou a sua casa deu um breve beijo na esposa se dirigiu ao sofá e ali se sentou, trabalhara o dia inteiro
E ao chegar em casa fora pego pelo cansaço da semana. Sua esposa muito prudente aguardara de longe fingindo não saber o que acontecia. Sim ele já contava com 55 anos e já era estimado um senhor de idade. Negava ele ser cliente da pressão alta, bico de papagaio, câncer de próstata e as conseqüências da andropausa ele negava tudo. Procurou forças para se levantar dirigiu-se ao banheiro, despiu-se das roupas e ligou o chuveiro.  Antes de entrar olhou no espelho e viu seu rosto já deformado pelos anos, sua barriga característica de um homem de meia idade.  Entrou embaixo do chuveiro e ao se refrescar com as águam que caiam, sentia o peso de sua idade. Já fazia algum tempo que sentia as dores dos trabalhos forçados, as noites mal dormidas, preocupações com a família. Olhou sob o vapor que caiam sob seu corpo e deixava opaco o espelho do lavatório observava o que a vida lhe fizera.
Olhou para seu penis já cansado que lhe impossibilitava de sonhar mais longe, e pensava o que faz o homem na vida?
Será útil só sua juventude e na exploração da masculidade pelo sexo e mercado de consumo, mas jamais admitia uma consulta a um urologista. Recusava ao menos pensar que partir dos 40 anos, a testosterona começa a diminuir cerca de 1% ao ano. A idade lhe tirara a dignidade da masculinidade, mas afinal o que é essa porra de vida, pensava, senão trabalhar, afligir e depois envelhecer para ser encostado como um traste velho. Depois de terminar o banho vestiu roupas limpas e sentou-se no sofá da sala. Sua esposa lhe trouxera uma xícara de café, ele bebeu assistindo as noticias e de repente viajou.
 
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Comendador Carlos Donizeti de Oliveira
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