Abstrato e Concreto

Abstrato  e  Concreto

Tudo o que não revelo
Pelo bem de quem mais quero
Por saber que não há retorno,
Para não causar transtorno
Ou algum constrangimento
Guardo trancado no peito...
Abstratos sentimentos,
Esmiuçados lamentos,
Eternizados momentos
Que me fizeram crescer,
Que me fazem viver,
Ou quem sabe morrer...
 
O que trago no peito
É muito abstrato...ninguém pode ver...
É muito querer... sem nada ter...
É tanto amor...sem nenhum calor...
É desejo, é carinho,
É sofrer em desatino...
Até transbordar...
Sair da abstração,
Revelar a paixão
E se concretizar...
Quando não há mais jeito
O amor sai do peito...
Se revela  e apela,
Mostra a cara e encara
E com jeito, sem medo,
Tende a se materializar...
 
    Carmen Lúcia