Ah...poeta!

Ah...poeta!

Que divagas pelo mundo
Desbravando almas,
A afagar feridas,
Resgatando a calma,
Construindo pontes
Sobre os abismos
Que o bem escondem...
Almas em retalhos
Salvas por atalhos
Por onde passastes
Por onde deixastes,
Como um peregrino,
Homem e menino,
Marcas registradas
Fé pré destinada.

Ah...poeta!

Que constróis guaritas,
És ancoradouro que o barco abriga
Alcanças o mais íntimo,
Inatingível sentimento,
Drenando sofrimentos,
Dispersando lamentos,
Irrigando pensamentos
A florir em nosso eu
Regados pelo teu dom
De enxergar o lado bom
Da vida, do desamor, da dor...

Ah...poeta!

É tua palavra
Bálsamo que alivia,
A fala de quem cala
O que está a sufocar,
Ao revelar o que é belo,
Tudo o que há de sincero...
Que todo tempo é o de amar!

Poeta que canta as dores,
Encanta os amores...
És das cores, o matiz...
És o sábio e o aprendiz!
Tua alma imaculada
Morre e nasce a cada dia
Permanecendo imortalizada
Em tua poesia!

_Carmen Lúcia_