Menina, vem chegar-se a mim, pequenina menina minha
Tu que aí estás, a medo, a contemplar-me
Com estes teus pequeninos olhos curiosos...
Menina, vês, colhi dos céus para ti uma estrela
Sim, trouxe-lhe uma estrela pra o teu deleite, mas não
Não busque-a no espelho do mar
Ou nas palmas da minha mão, vazias.
Estas minhas pobres mãos cansadas que mal podem
Sustentar o doce peso das tuas...
 
Minha pequena, a estrela que eu te trouxe,
Não vem dos oceanos.
E as mãos, pequenina, tampouco as mãos
Tuas brancas mãos tampouco a podem carregar, tão leves elas são...
 
Se quiseres deleitar-se com o brilho dos raios dela
Ou dar-lhe tua face a iluminar, procure-a,
Aqui bem perto...
Por entre as cândidas feições do meu rosto
No fundo, bem ao fundo do meu olhar, cansado
E vazio. Vês, aí por certo a encontrarás, brilhando sempre,
Apenas pelo privilégio de saberes que, ainda esta vez,
                                                                             Estás aqui...
 

Joadson
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