Peço espaço para a vida.
Não a vida, assim, como se fosse o mar...
Quero mais.
Quero a estrada de Dorothy e o Mágico de Oz.
Pela estrada fora, de Chapeuzinho Vermelho.
Quero a gentileza das flores.
Os navios de Ulisses e a espera da esposa eterna.
Quero o instante em que Homero percebeu que era um bardo.
Espero a gentileza de Cagliostro, ao acariciar sua mulher.
Quero, sempre, a Marília, de Dirceu.
Não quero morrer, como Romeu.
Trilhar, no infinito, a dança dos corpos.
Reeducar, sempre, a doutrina insofismável.
Decerto, compreendo a pureza das horas.
Meu padre eterno, já dormiu, de cansado, sem perceber,
Que, ao seu lado, mexicano, dormia, padre amaro.
Amante, teu semblante é preocupado.
Teu amor valerá mais que Dom Juan?
Mergulho, sem dó, na estrela mais escura.
Abro todas as portas, que não são para mim.
Meu corpo já não existe, e meus átomos,
Compuseram com outras idéias, não tão importantes.
Transformei-me em uma espécie de autômato.
Li em espanhol, em inglês, em sânscrito, que o amor acabou, na Terra.
Juntei um pouco de lixo, que atrapalhava meu andar.
Chorei, um pouco, assim como quem não tem motivo.
Orei, e pedi a Deus, que você nunca esquecesse de mim.
Para S. do meu coração.Bagé, 26 de abril de 2007.
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