Quantas vezes sonho,
Quantas vezes mergulho,
Num dia alegre, noutro tristonho,
No imenso silêncio ou no pior barulho.
Quantas vezes fantasio,
Um momento de desvario,
Quantas vezes quero acreditar,
Que o bem irá triunfar.
Quantas vezes questionamos a vida,
Por ela não ser a pertendida,
Em cada um de nós é sentida,
Por diferentes pesos e medidas.
Quem vai ganhar a corrida,
Quem achas que fez tudo bem feito,
Que disse que existia o perfeito,
A vida é hoje com sorriso e alegria.
Cada um de nós escreve o seu livro,
Com pedaços do seu ser ameno ou bravio,
Falamos e escrevemos liberdade,
A cada dia estamos mais enclausurados.
A cada dia podemos ser arrebatados,
Colocados há margem, de lado,
Resumidos a uma insignificância,
Assim é o materialismo e a intolerância.
Quem pode dizer que é melhor que eu,
Se eu sou única, como cada um de nós,
É este o meu gritar o som da minha voz,
Partilho com o bem tudo o que é meu.
Começamos a comunicar pelo chorar,
Com o tempo aprendemos o sorrir,
Assim é o nosso desbravar, o evoluir,
Imensas emoções estão por vir.
O que é de nós inato,
Algo que se mantém intacto,
O chorar, o sorrir,
Assim será até partir.
Olho para o horizonte,
Em busca de inspiração,
Porcuro, onde está a ponte,
Que me leve esta interior solidão.
Em casa
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