Deus já não vive em mim

Esta doce noite venho declamar,
Qual ditirambo por Baco animado.

Como vim rasgar uma nódoa do mal.
Esta noite no enxoval,
Manuseei o herético punhal.
Tornei-me réu e tribunal.

Regicídio só por mim querido,
De minh´alma agora sou soberano

Afogou-se no seu nevoeiro de mentiras,
Imundo oceano, pela ferida cuspia.

Confesso... não estava embriagado

Matei um Pastor caduco,
Que perdia seu Rebanho,
Ao longo da montanha da moral…

Agora solidão,
Tornou-se prisão

Assim falaria Zaratustra...

Amarante, Portugal

Alexandre Marinho
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