Olhando para o teto frio e branco,
preparava-me para mais uma noite
de orgia pura de pensamentos,
de desejos e devaneios,
satisfeitos como de costume.
Sentia falta da solidão.
Sentia que meus "tempos"
não mais vinham
com tanta frequência.
Sentia dores que deveriam
ser vencidas.
Chamei mais uma vez
por você poeta amigo,
e como sempre,
como todo dia,
mandaste recado,
dizendo descaradamente
que não poderia vir,
que estava vivendo
tua porção da minha vida,
que os dias,
que os compromissos,
me fazem não viver.
Chamei novamente,
apelei a grande amiga
de todo dia.
Diz pra ele chegar logo.
Fala que quero viver tambem,
um pouco, o lado colorido
da vida desse poeta.
Anda amiga Imaginação,
vai logo.
Passou um tempo você chegou.
Como sempre despreocupado,
como se o mundo fosse todo azul.
_ Fala patrão, e as dores?
_ Como estão o coração e os amores?
_ Sonhos sei que tem muitos ainda.
_ Em que posso ajuda-lo?
Conversamos um pouco,
ele irriquieto como sempre,
passou a dizer versos de Drumond
que eu não conhecia,
a cantar músicas de Chico
e Caetano,a relebrar de amorores
idos e vividos por ele
e apenas ele.
- Chega poeta, fica quieto.
Nada mais quero além de tuas letras,
de tua vontade enorme de perdoar
e viver do amor.
- Porque não disse logo chefe?
- Era uma vez uma mulher muito triste,
que não sabia amar e que não era amada
por ninguem...
_ Boa noite poeta.
USA
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