Meditação da lágrima...

Silencio, ao longe uma cigarra canta, a brisa suave arrasta
folhas já morta e ressequidas pelo chão; o outono se vai e eu,
me vejo triste como um acorde que soa na imensidão, não a
vejo mas a sinto...
Como não levantar meus olhos e mirar as estrelas que, como
pirilampos brilham na escuridão?
Como não dizer te amo, se amo-te tanto que a procuro nesta
imensidão?
Estrelas são teus olhos ou cadentes a emoção?
Cadentes lágrimas que escorrem qual rio que vem do coração,
deslizam pela face, escorrem pelo chão...aí me pergunto; onde
estas tú estrela nesta imensidão?
Aí compreendo que, não brilhas fora mas dentro do meu coração
onde nasce um rio chamado emoção que, pulsa como uma estrela
que cadencia meu coração...que as vezes se esconde escorrendo
entre as pedras no chão que buscam por ti no rangido da rocha que
úmida se envolve como musgo, mostrando o verde da esperança,
entre as pedras do chão...
Tu, não és a Kaaba! nem eu muçulmano, então; porque giro ao teu
redor, sofrendo e chorando, cantando e amando, com tanta emoção?
Serás tu uma estrela ou uma doce canção?
Que alegra meus olhos e que, como harpa soa na imensidão!...
Vou cumprir minha promessa e dizer-te então...
Tu olhos misteriosos és linda como o brilho do Saara, em seu silencio
e solidão pois, descedentas minha sede como um oásis perdido
na imensidão!

__escrito e dedicado à Sonia Aly Salem

Sampa / 006