Quem?
Alguém me saberá mais que ti?
Confesso, não sei.
Nesses pedaços de homem,
não há parte de mim
que parta livre, sem fim.
Eis o objeto que sou.
Objeto indireto e reto.
Sujeito zé-ninguém.
Objeto transitivo direto.
Sujeito sem vintém.
Objeto calado na voz
Sujeito só na oração.
Objeto de sorte atroz.
Sujeito a conformação.
Não esqueço de fato, não sei.
Saberei um dia ser diferente
na igualdade d´outros dias.
Mil fraquezas me dobram
onde sobram os pecados.
Confesso, mas não sai.
De fato não sai a lembrança
onde sobram os pecados
e fraquezas d´outros dias.
Quem?
Alguém me saberá mais que ti?
Confesso, não sei.
Nesses pedaços de homem,
não há parte de mim
que parta livre, sem fim.
Eis o objeto que sou.
Objeto arlerquim, alegórico.
Sujeito sem rumo.
Objeto curumim, folclórico.
Sujeito sem prumo.
Objeto aluado, parabólico.
Sujeito ultra-leve.
Objeto barato, simbólico.
Sujeito de até breve.
Quem?
Confesso fingir.
Ninguém me saberá mais que ti.
São Paulo
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