Cidade morta

Oh! Cidade Morta;
Não és reta, jazeu torta.
Pra cima não cresce mais;
E se anda, anda pra trás.
Ruas cheias de buracos;
Buracos cheios de tranqueira.
Por mais que tentam, não podem;
Tapar o sol com a peneira.
É fogo que não queimou;
Água que não molhou;
Avião que não decolou.
Como pode um povo emburecido;
Escolher, ou ser escolhido?
Escolhem como crianças;
Usando “uni duni tê”;
E na sorte, este povo pobre crê.

Mas eu!

_Votei foi no mais altivo;
No mais forte e no mais rico.
Tratou-me como um cabrito;
Tornou-se meu inimigo.
_Bem que um sábio tinha dito;
Que eu tinha sido engrupido;
Levado na bicaria;
Votei nesta porcaria;
E minha desgraça assim foi feita.
Oh! Cidade morta!
Não és reta, jazeu torta.

Autor: Osmar Ritz