ANJOS DE BRANCO

(Francisco de Assis Silva)

 

Meu Deus! Como é tão engraçada e curiosa a vida!

Eu nunca tinha reparado esses pormenores antes!

Uma fita dando voltas e se enroscando na pele estendida

Vira e revira; circula e pronto – quais laços rompantes!

 

Assim como um abraço benfazejo e suave de anjos

Num corpo de mulher que circula gentil e fagueira

Numa sala cercada por leitos sombrios e sem arranjos

Prestando seu auxílio – esmero alusivo da enfermeira!

 

Há! Então é mesmo assim que age os anjos mensageiros

Cumprindo o seu labor qualquer hora e a todo instante

E esse galardão equivalem os carinhos dados por inteiros

Àqueles que ansiosos esperam seu bálsamo instigante!

 

Essas protetoras não podem acolher todos nos seus braços

De uma só vez, pois seu limite é ínfimo e subalterno

Mas com certeza, estão sempre presentes seus afetivos laços

Legando ao seu afã em qualquer fase: seja no verão ou inverno.

 

Fazer o bem a todos, ao bom e ao que age também cismativo

É esta sua intenção provida de um nobre e belo sentimento

Que suas ações aclaram ao socorrer não só ao compassivo

Mas também sem distinção a pobre, rico, pacato ou impaciente.

 

Como depoente dessa questão elevada de práticas rotineiras

Tenho meu motivo de conhecimento que do peito arranco

Por isso, faço esta homenagem as nobres enfermeiras

Que com sua ajuda tratam o paciente qual ANJOS DE BRANCO!

 

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FRANCISCO DE ASSIS SILVA – ex-paciente do 2º andar – S.
Paulo –
Hospital Sto. Amaro - Av. Adolfo Pinheiro,339