Lá vai o cortejo, não há chuva, quem tenta molhar o chão são as lágrimas que se evaporam e para o céu vão embora. Parece que sabem e entendem a dor que a falta daquele ente faz no coração, cansado coração que sofre com a estiagem no sertão. E agora sem a ajuda do João, que era a vida e lutava na lida, plantando a macaxeira, a cana, e o trigo para o pão? Enfim chegou a hora, a triste hora da despedida. É tardinha e o portão se abre, o som do sino anuncia que mais uma vida se perdeu e mais uma flor no céu foi colhida e guardada; é o recomeço de outra vida, uma nova vida de gratidão.
Cesar Garcez
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