Quando não se sabe, não existe responsabilidade. Em 1872 o Brasil vivenciou o primeiro censo demográfico. O censo, ou recenseamento, é normalmente realizado de dez em dez anos, apresentando um arcabouço de informações sobre os diversos vieses da população.
As políticas públicas são definidas a partir desses dados que direcionam onde deve ser os investimentos conscientes, objetivando manter o equilíbrio social e econômico. Com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) o censo foi adiado, por falta de orçamento. Diante desse contexto, com vários questionamentos: Como ficam a saúde, educação e a desigualdade social?
Tal decisão gerou diversos debates, é fato que a negligência do recenseamento representa a invisibilidade de dados fundamentais na estruturação da sociedade. Sem o censo, todas as campanhas foram difratadas, os grupos vulneráveis à miséria, ao contágio do vírus pandêmico, ficaram desassistidos. A ausência de dados oficiais e atualizados paralisará todos os investimentos nacionais e internacionais.
A realização do censo possibilita analisar qualitativamente e quantitativamente os pontos negativos e positivos que norteiam o contexto social das comunidades. Dessa forma, desperta os indivíduos com a utilização do diálogo direto e indireto, articulando movimentos informativos dos direitos que muitos ainda não acessaram, devido à ausência de informação. Isso gera uma corrente de agentes conscienciosos e habilitados a enfrentar os casos de desproteção social.
A problemática gerada perpassa no contexto de bestialização dos indivíduos, que alienados a uma realidade imposta por um sistema polarizado não questionam e não fazem questionar o setor competente. Aquele que deveria investigar as estatísticas no que se refere à expectativa de vida, mortalidade infantil, ao acesso à saúde, à educação, ao saneamento básico, à água canalizada e ao direito de ser e pertencer.
Portanto, o colapso já é visível em um país de dimensões geográficas gigantescas e realidades diversas.
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