soneto de despedida
Nesta gélida lápide que te encerra
Fulgura o que de resto te soçobrou.
De que (...) te carcomia tua carne
Somente tuas vestes restou
Das lembranças que por ti deveras sentem
Só o tempo, com as vestes do devir, irá calar
Dos sonhos, desejos e amores, não há que se falar
Leva-os e enterra-os contigo, só a ti pertencem.
Nesta gélida lápide que te encerra
Jaz, como em vida, taciturno e sozinho
Agora, alimento de uma vasta terra (...)
Que há de semear-te em uva, vinho
Eterno fecundar em vida, delírios
E desabrochar em rosa, primavera.
sergio de macedo saldanha
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