Tenho em mim a sombra de tuas
palavras sempre tão incontidas.
dilacera-me essas palavras tão nuas
assim postas e constantemente repetidas
 
quando d’amor ainda se viver
medidas e pesadas,  tal serão
que causar dor mesmo sem merecer
sofregam pranto e comiseração
 

 
Sempre a mim afligiu
triste deixou esse coração
d’uma flecha algoz que o atingiu
 

 
cravada neste peito
tão desumana seta
cerrando amor tão perfeito.

sergio de macedo saldanha
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