Desprovida de si mesma, deguste que só cabe a ela,
Ruir de amor com arrepios, nutrindo dele sem que se mereça,
gemendo e suando sozinha, neste banquete à luz de vela,
e, como ela, derreter pela chama, consumir sua luz na cabeça!
Abraçando sua barriga, comendo sua carência interna,
Insatisfeita e amarga, no trono de sua tristeza,
Segura como se pudesse, esta culpa eterna,
Há de se expelir das vísceras o destempero de princesa!
Veja, quanto mais se meche, com mais excrementos se mela!
Libere sua prisão de ventre, este amor de crueza!
Faça do coração tripas, e das tripas suas pernas,
e não retire da latrina o alimento de sua mesa!
Guilherme dos Anjos Nascimento
Guilherme dos Anjos Nascimento
© Todos os direitos reservados
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