Caro 2020, você me fez ver que no cotidiano da vida corriqueira, atrás de riquezas, só nos privou da simplicidade que nos faz feliz.
Você me fez ver quem são os verdadeiros amigos que nos fazem lembrar que não estamos sozinhos.
Que é na família que encontramos clemência, amor e carinho, e que os livros são as viagens mais mágicas e com possibilidades infinitas, que usam nossa criatividade para nos transportar a lugares nunca antes vistos.
Você me mostrou que a celeridade em que vivemos reprime o que deveríamos efervescer, o amor, a compaixão, a solidariedade, a generosidade e benevolência.
E ao invés disso, irradiamos raiva, aflição, angustia, ansiedade, egoísmo, ambição, menosprezando pessoas, animais e a natureza.
Me fez descobrir que é devagar com a linha da vida que nos tornamos mais fortes para lutar nos diferentes conflitos que temos todos os dias e a nossa maior defesa é fazer algo que nos traga alegria.
Me fez entender que o que é para amar deve ser contemplado, apreciado, não se pode só passar os olhos, é preciso se conectar, sentir.
Você me fez recordar que eu sou eu através da aurora de onde me criei e foi na essência da minha infância que me reencontrei, seguindo mansamente e respeitando a quietude que causaste no universo de muita gente.
Hoje te vejo como um professor que me ensinou a nutrir a minha carne assim como meu âmago também e filtrar as experiências me ajudando a equilibrar escuridão e luminescência.
Me mostrou uma maneira nova de viver a vida. Podemo-nos dizer sobreviventes em um mundo doente.
Será que com todo esse sofrimento, você nos traz esperança para um mundo que parece estar do avesso ou está nos mostrando o inicio do fim para um novo recomeço?
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