Trago a alma em meu nome,
intensa como quem tem sede,
desejo tomar deste rio a água,
antes que a vida a tome.

Atravesso rios, marés e divãs,

jorro  palavras frente a correnteza.

Ouço as notas das ondas

sinto a melodia, sinto beleza.

Água, rio,  fé, mar aberto,

sustento meus pés sobre a areia,

invento trilhas, deixo para trás

 vento e deserto.

Minha estrada é longa e

tem  a largura de um continente.

Não estou presa a sentidos,

mas cada um é o que sente!

Penso em mim, 
penso em quem tem fome.
Continuamos sob o  mesmo céu,
quando por trás do horizonte,
o sol some.

 

Luciane Pelagio
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