Não sou eu que estou em derredor destas palavras
Nem tampouco nas entrelinhas do que está exposto,
Sou intérprete dum mundo e, muito a contragosto,
Mero expectador dos ciclones e, dos vulcões, as larvas.
Dou vida a um “eu lírico” que observa facetas de vida
Sem me envolver neste universo onde há amor e dor,
Não obstante como cultivo arte, estou aqui a decompor
Os filamentos e as faíscas desvairadas assaz consumidas.
O poeta dissimula e seu temperamento é mais uma ogiva
Do que um glossário donde se traz a semântica que deriva
O vocábulo e, por extensão, todo um arsenal conotativo...
Fundamentação é não confundir o “eu poético” e o poeta,
Ambos contêm naturezas distintas: o que escreve se presta
A interpretar isento de emoção o que em tese é ilustrativo!
DE Ivan de Oliveira Melo
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