Olho-te bem devagar…
Há sempre uma verdade
a ser descoberta
uma porta fechada
uma janela entreaberta
uma luz apagada
um brilho varando pela fresta.
É preciso desvendar detalhes
tocar teus limites
trocar nossos olhares
concedermo-nos nos ver
e até onde me permites
conhecer o que omites
o que não deixas transparecer.
Tatear o que me escondes
desabotoar tuas pausas
compreender tuas causas
aceitar-te como és.
E no silêncio da resposta
que me percorre e corrói
mergulhar em tua fala
gritante, berrante, calada,
-que dói-
Carmen Lúcia
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