Engavetei meus sonhos num criado-mudo,

Trancafiei-os porque não dialogavam comigo…

Zombavam de minha realidade, eram-me castigo

E, diante da vida, desejavam entender do tudo.

 

Abandonei-os por um largo espaço de tempo,

Novos devaneios construí a fim de haver justiça,

Contudo a nova seara onírica deu-me vida postiça

E me vi perdido perante meus próprios sentimentos.

 

Melhor conviver com o que expõe ser a verdade,

Por isso abri a gaveta e libertei minha sensibilidade

Permitindo aos prisioneiros dançarem sua música…

 

Terrível esconder o real para saborear-se a fantasia,

Fiz detentos os devaneios que me trouxeram alegoria,

Mas tive de suportar do criado-mudo intensa acústica!

 

 

DE Ivan de Oliveira Melo

 

 

 

 

 

 

 

Ivan de Oliveira Melo
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