Essas mãos calejadas...
Tão rudes tão gagás!
Com suas mímicas gaga
são flechas, são armas
que empeteca e amarga
e apedreja as favas.

Essas mãos atrapalham
e empalha as cestas
são postas as terças,
mas enxugam as lagrimas
com os choros da vida
que a ótica te dá.

Essas mãos calejadas...
toda cheia de vida
são as mãos mais queridas
que já fez e aconteceu...
Hoje tão enrugadas!
um dia, mãos de fada
que oraram pra Deus.

Essas mãos, bateu palmas
pela vitoria querida
pelo consolo da vida
pelos caminhos dos amores
pelo amar e o sonhar
pela causa pela dádiva
essas mãos, plantou flores
e aguou com as águas.

Essas mãos deu adeus
para os olhos para os seus
para o cortejo fúnebre
esse viver já tão breve
deu remédios a febre
e reivindicou com a greve.

Já fizeram antídoto
atiçou a guilhotina
amarrou o nó da forca,
foram medicas e loucas
já matou e condenou
hoje estão tão brocas!
mas outrora, fez a sina.

Essas mãos, atirou pedras
no pecado dos outros
jogou moedas ao chão...
Essas mãos assistiu o beijo
ouriçou internos desejos
daquela fiel traição.

Essas mãos, essas mãos
já plantou alimento
sustentou a nação.

Essas mãos, essas mãos
já não são aquelas mãos
que assinou a condenação.

Antonio Montes

Antonio Montes
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