Queria te ver aparecer
Durante uma noite vazia ou amanhecer
Ouvir tua voz na rádio ou Tv
Programas reprisados
Retratando nosso futuro sem passado
Mas meus óculos estão embaçados
Queria te ver de qualquer maneira
Fazer história de qualquer besteira
Deitar no teu chão
Fazer meu corpo tua esteira
Um no outro deitarmos
Sermos um só em meio a tantos braços
Mas meus óculos estão embaçados
Queria te ver despida
Sem despedida, partida
Teu corpo e tua alma nua
Tua pele branca banhada a luz da lua
Molhada de suor ou água de chuva
Nossos desejos forjados em aço
Emitindo gritos e gemidos abafados
Mas meus óculos estão embaçados
Queria te ver estasiada
Delirando saciada
Tua face sorrindo acariciada
Deslizando meus dedos em teu corpo
Encontrar tuas mãos e deixá-las entrelaçadas
Sentir o gosto de inocência,
Jeito de menina mulher que te faço
Ser teu medo e embaraço
Mas o longe me cega, me faz perdido
Sonhador ou palhaço
E meus óculos? ...
Meus óculos estão embaçados.
Autor: André Xavier
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