Gosto dos ventos em intensas tempestades...
Eles falam zangados e seus açoites são sua ira
E infelizmente ninguém os entende, com certeza...
De sua força mistérios e segredos se desprendem
Perante uma natureza que, em silêncio, observa
Em sua velocidade sonho e magia, luz e pecados...
O tempo se fecha pálido, a humanidade desolada
Busca nos murmúrios a fibra para suportar o medo
E se escondem em recantos lúgubres e dolorosos
Onde canções sem asas voam sobre as sensações...
Arrepios funestos contrastam com a inércia do frio
Ou do calor que invade as entranhas do organismo...
De repente uma fome secular prolata num êxtase
A sede de uma aventura que é o viço em liberdade...
Por isso, gosto dos ventos em intensas tempestades!
DE Ivan de Oliveira Melo
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