Apenas em tempo algum há vingança,

Pois é largo o sentir do amor delírio

Que me corrói e me traz cruel martírio

Ao ver-te ladainha de minha herança.

 

Longe de ti esturricou-me a saudade

E meu peito que doce paixão sentira

Tem na solidão tua mais fiel mentira,

Pois um triste engodo foi tua fidelidade.

 

Darei voltas que meu parafuso ensinou,

Porque neste mundo idólatra é este amor

Que me fez penhasco dos teus falsos olhos...

 

E assim dormirei sob os lençóis da plateia

Que me abraça e confidencia que és plebeia

Dentre os indivíduos que semeiam abrolhos!

 

 

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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