Vivemos o carnaval das atrocidades e grande parte da população comemora em êxtase.
Uma apologia à liberdade corporal que beira a insanidade.
Penso com todos os meus botões:
Comemorar o que?
A pandemia do " aedes aegypti " que ferozmente abrevia vidas?
A desordem na saúde disseminada?
A politicagem de um dinheiro subtraído escancaradamente?
Talvez a desesperança tenha me consumido, mas lentamente. É como se fosse uma morte anunciada.
Há tempos a história do estardalhaço nacional está em construção. Não é de hoje.
O Brasil não tem um atestado de nada consta. A corrupção sempre foi uma constante,porém o cenário atual encontra-se notório demais.
Indigesto.
Entender o esquema das quadrilhas do colarinho branco requer algo além de disposição , inteligência e uma noção articulatória acima da média.
Já as mazelas sociais sequer necessitam de tradução. Fomos feridos a olhos nus, afrontados na própria dignidade.
Somos um povo otimista por natureza, empreendedor e criativo por uma necessidade velada. É preciso inovar, senão...
Reféns de uma segurança pública ineficiente, extravasamos a insegurança inocente nos tornando mais reclusos, frios e realistas.
A violência mora ao lado ou dentro da gente como defesa pessoal?
Falta empatia, amor , respeito e solidariedade.
Sinto mais....Enfraquecidos, parece estar faltando Deus nos corações.
Hoje, em silêncio , aguardo a quarta -feira cinzenta e as estatísticas sangrentas das comemorações.
Felizes daqueles que, em meio ao caos, têm riso fácil
Luciana Araujo.
http://verbosinebriados.blogspot.com.br/2016/02/sobre-o-carnaval.html
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