Na Infinita Plenitude do Ser (ode à Mulher)
sou fêmea desde a gênese
até o apocalipse
meandros costuram as formas sutis
de minha silhueta embutida
em curvilínea beleza
sou vaidade e Vênus
se desejar posso ser pássaro
ou Helena a caminho de Tróia
meu sangue traz o choro da vida
tenho olhos de universo
calor dos vulcões em erupção
na pele trago o perfume dos bosques
e na boca paraísos
sou bailarina sobre a magnitude da sedução
rara pérola negra
magia e orgia de todas as luas
faço da morte minha redenção & oração
e ainda assim o fascínio uterino
resiste na próxima crisálida
que me fará nascer novamente mulher:
multicor e perfumada
Lu Cavichioli
© Todos os direitos reservados
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