Finjo ser nobre
ao andar lado a lado com quem
vestido de cobre
finge-se em armadura
nesta vida nada mole
toda dura...
Finjo ser pobre
ao andar lado a lado com quem
se socorre
da cesta básica
nesta vida nada fácil
às vezes trágica...
Finjo ser rico
ao andar lado a lado com quem
sobre a cabeça tem um penico
e finge ser o conde de terras estrangeiras
nobre Ceará
Alagoas faceira...
Finjo ser o ator
em papel bem caído
escolhido pelo senhor
de todos os sentidos
quando saio à rua vestido de mim mesmo
beberico uma cerveja
mastigo um torresmo...
Nada finjo quando te vejo
desabotoo a fantasia de morcego
saio do papel de triste poeta
danço feito um clown em pura alegria
abro as janelas do dia
apanho o sol e te dou
de lambujem
todo todinho
embrulhado em papel de chocolate
o meu amor...
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