Um ato escuso, feito no escuro da solidão,
Os homens perscrutam nas noites da vida como quem caminha em labirintos,
Em longas estradas sem luz, loucos, sem saberem aonde irão,
Sem saberem qual o destino,
Os ruídos foram eles quem criaram, seus gritos cada vez mais altos
Tentam abafar suas dores e as vozes de seus fantasmas
Sentei-me à beira do caminho,
Poemar, às vezes, vale apena, nos possibilita admirar as nossas mazelas sob outros ângulos.
Como quem aprecia o acidente da janela do centésimo andar
Já me envolvi demais nessa podridão, fugi
Mas não escapei sem o cheiro fétido, de nada adianta um jato de lavanda barata
Para disfarçar
Estou sem graça, e é o que hoje temos,
Se eu perder o interesse pelo drama?
Não tenho comedias,
Só tenho essa pedra para me sentar,
E tomara que amanhã seja outro dia com alguma coisa a fazer
Se não tanto pior para mim que me deixo impregnar de emoções tão baratas quanto a colônia de segunda mão
 
 

Wilson Costa