Ao fim de quantos anos o corpo retornou à velha trilha?
Hoje ninguém toca, sequer canta, o que eu quero ouvir
É primavera, sem flores, novembro aflora sem nosso amor
Tentamos brincar de esquecer,
Foi como morrer,
Não unimos nossas escovas, a rede, os risos,
Só as saudades
Não era hora de estar só, e a dor gritou poemas
O luar derrubou paredes, correu estradas,
O meu ser tão denso não atravessou
Esse mal querer concretado bem diante de mim
Somos a soma do que fomos,
E a subtração do que desejávamos ser,
Você verá, paixão — os saldos do verão
Etiquetados no meu peito
O amor crescendo na estufa
Neste novembro imperfeito
Brotando flores sem pétalas,
Chorando nossas teimosias
Exalando perfumes das nossas dores
 
 
 
 Wilson Costa

Wilson Costa Wilson
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